Aqui você poderá encontrar muito de mim e espero com isso revelar o que ainda não sabe sobre você. Calma, aqui não será um espaço esotérico. Mas, acredito que no contato com o outro/a descobrimos quem verdadeiramente somos. Sinta-se a vontade em viajar comigo nesses escritos e saiba que o conhecimento é um processo, é uma construção, em que todos/as nós fazemos parte das diversas etapas de sua edificação. Participe desta aventura, venha pescar comigo nesse grande mar que é a vida, onde costuraremos histórias e reflexões acerca dos nossos sentimentos, pensamentos e das coisas da vida, as coisas do dia-a-dia que nos rodeiam.

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Pescador e o Dia da Amizade


No dia 02 de outubro de 2002, costurei algumas palavras que resolvi postar, hoje, neste ateliê. Pois, celebra-se na data de hoje, 20 de junho, o dia do amigo, ser que para quem me conhece sabe o quanto me é valioso, o quanto me é raro e sagrado, são minhas rosas negras, meus cúmplices. E, a costura que elaborei diz muito deste ser que celebramos neste dia, o amigo. Talvez, pelo valor que atribuo a este ser, este dia não seja o mais adequado para esta postagem, mas sendo este dia o mais próximo daquele ser que me é tão raro, o ser cúmplice, postarei tal costura no dia de hoje, dia do amigo, na espera de estabelecermos, num tempo próximo, o Dia do/a Cúmplice (O Dia da Cumplicidade), alguém tem alguma sugestão?
Como a costura original, referia-se ao dia do meu aniversário, resolvi fazer alguns ajustes, postar alguns remendos, diga-se de passagem, com bons retalhos. Em fim, feito os devidos ajustes, eis que segue a costura que iniciava assim:


Raríssimo/a Cúmplice, (Chega ser redundante chamar um/a “Cúmplice” de “Raro/a”, mas, não custa nada destacar o quão raro é este ser na atualidade, em que as relações se tornam cada vez mais individualistas) Opa! Desculpe-me, a intenção é apenas postar a costura, e cá estou eu fazendo comentários. Então, voltemos à costura.

Talvez você não compreenda o motivo de receber uma carta minha, mas não estranhe, é que fazendo algumas leituras me deparei com uma crônica atribuída a Vinícius de Moraes, e por hoje, ser o dia do Amigo, resolvi postá-la no meu ateliê, além de enviá-la para quem me é raro, meus e minhas Cúmplices.
Por que enviá-la? Após ter lido a crônica de “Vinícius”, fiz uma retrospectiva de minha vida, lembrando de como tratei meus cúmplices. Será que lhes proporcionei alegria enquanto convivi com cada um/a deles/as? Fui sincero? Será que deixei algo que marcasse a minha presença na vida deles/as? Se deixei, espero que tenha sido algo de bom, pois não consigo admitir, que eu tenha sido em vez de um amigo(Cúmplice), um fardo na vida deles/as, alguém que eles/as, a todo momento rezavam para que eu ficasse o máximo de tempo distante, evitando, assim, o desconforto da minha presença.
Felizmente, diante destes questionamentos e ao ver os momentos passarem diante dos meus olhos como se fosse um filme, percebi que me esforcei ao máximo para que cada pessoa que conviveu comigo me tivesse como Um Verdadeiro Amigo/Cúmplice, e parece que consegui um bom resultado. Hoje, no dia do Amigo escrevo esta carta para você, que como diz “Vinícius”: “talvez não saiba que está incluído na sagrada relação de meus amigos” - Se eu tivesse pensado essa Micro Costura seria assim: “Talvez não saiba que faça parte do meu sagrado e precioso jardim de rosas raras”.
Geralmente em datas festivas, especiais como é o caso do dia de aniversário, costumamos presentear as pessoas, e como já citei anteriormente da retrospectiva e de todos os questionamentos que fiz sobre como agi com os meus/minhas amigos/as(Cúmplices), percebi que hoje é um dia em que eu deveria presentear meus e minha Cúmplices e não ser o presenteado, pois eu não preciso ganhar nenhum presente, não que eu tenha tudo o que quero e desejo, mas, por ter algo que é indispensável para a minha vida e tenho certeza de ser o melhor presente que eu poderia ganhar neste dia, que são meus e minhas Cúmplices( Amigas e Amigos).
Em fim, este ateliê é um espaço para apresentar minhas costuras, mas deixarei exposta a Crônica de “Vinícius” e peço que a leia atentamente, e, saiba que quando a li, há mais de 9 anos, assustei-me, pois parecia que ele estava retratando tão perfeitamente o sentimento que tenho por meus Cúmplices(Amigas/os) e sendo assim, saiba que as palavras que “Vinícius” usou nesta crônica é a expressão escrita do meu sentimento, ou talvez, seja apenas um fragmento do que sinto por você, que “Talvez não saiba que faça parte do meu sagrado e precioso jardim de rosas raras”.
Esta é a maneira que encontrei para Homenagear e Agradecer pelo presente que você me deu, que é de te ter como Cúmplice.
Paz e Vida Longa!
Pescador - um ser ousa costurar palavras

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Amigos
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor. Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários. De como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
“Vinícius de Moraes”

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