Aqui você poderá encontrar muito de mim e espero com isso revelar o que ainda não sabe sobre você. Calma, aqui não será um espaço esotérico. Mas, acredito que no contato com o outro/a descobrimos quem verdadeiramente somos. Sinta-se a vontade em viajar comigo nesses escritos e saiba que o conhecimento é um processo, é uma construção, em que todos/as nós fazemos parte das diversas etapas de sua edificação. Participe desta aventura, venha pescar comigo nesse grande mar que é a vida, onde costuraremos histórias e reflexões acerca dos nossos sentimentos, pensamentos e das coisas da vida, as coisas do dia-a-dia que nos rodeiam.

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Mística da pipa - parte 2

Uma Pipa!
O que este brinquedo traz de tão especial que encanta a quem com ele tem contato? O que representa no imaginário das crianças, dos adolescentes, dos jovens e até mesmo dos adultos, para que se sintam tão envolvidos com esta brincadeira? Há quem diga que soltar pipa não é uma brincadeira só de criança! Soltar pipa está associado a nossa imaginação que se deixa voar junto, aos mais altos céus. Por isso provoca encantamento. Por isso esta brincadeira perpassa gerações.

Nossos sonhos devem ser como as pipas, que nos deixam felizes quanto mais alto elas chegam. Quando projetamos nossos sonhos para que voem o mais alto possível, maior será nossa felicidade ao os vermos alcançar e, até ultrapassar a altura desejada.

Ao entrarmos nessa trilha do Acompanhamento dos Adolescentes e Jovens algumas perguntas devemos nos fazer: nós conhecemos os adolescentes e jovens? Quais as imagens desse grupo social que nos é mostrada? Quais são os nossos sonhos e quais são os sonhos deles?

Percebemos que as imagens da juventude que são mostradas não são como aquele lindo colorido que as pipas deixam no céu, é uma realidade desbotada e pouco atraente. Assim, percebendo essa realidade desbotada da juventude somos desafiados a soltar no ar aquela realidade juvenil colorida que não é mostrada, a realidade juvenil que poderá colorir o céu de nossa sociedade.

Olhando para as pipas que colorem o céu e que nos encantam, somos desafiados olhar para além dessa realidade juvenil desbotada, realidade dos altos índices de violência, morte e desigualdade social. Somos desafiados a olhar e dar visibilidade ao colorido da juventude que os holofotes midiáticos ofuscam.

Podemos comparar a pipa a nossos sonhos, isso nos permite olhar para aquilo que projetamos alcançar com maior encanto. Nossos sonhos serão projetados na liberdade das pipas voando, que nos fazem sonhar cada vez mais alto, presos ao mundo, a esta realidade, apenas pelo fio que não nos deixa esquecer que somos parte dela e, que nossos sonhos se realizarão aqui neste chão duro da realidade.

O sonho e desejo de quem trabalha com adolescentes e jovens é ver a juventude feliz. Seguindo essa lógica podemos comparar a juventude a uma pipa, e nós seremos aqueles que ajudarão essa pipa a alcançar os mais altos céus; nosso jeito de trabalhar, nossa metodologia será a linha que nos ligará a juventude. Quanto maior o domínio de nossa proposta de trabalho, quanto maior o conhecimento sobre os adolescentes e jovens, mais longe poderemos ajudá-los chegar.

A armação é a consistência de nossos sonhos, é aquilo do que nossos sonhos são construídos, ela precisa ser firme e leve, bem estruturada, precisa ter equilíbrio, para que tenha estabilidade direcional, e assim siga para na direção que queremos ir.

A linha é aquilo que nos liga aos adolescentes e jovens, nos liga até o momento em que eles tenham alcançado altura suficiente para saber que a linha será sua ligação ao mundo, a sua realidade concreta e que não deverá ser abandonada.

O vento é a realidade, que nos possibilita alçar vôos, projetar nossos sonhos; uma realidade social apática à realidade e as demandas da juventude é como um vento fraco que pode não levantar a pipa, que não possibilite a juventude sonhar; uma realidade caótica, violenta é como um vento forte que pode quebrar a pipa, que pode fazer a juventude desistir de seu sonho; o desafio posto é o de lutar pela construção de uma sociedade que esteja propícia a realização de nossos sonhos, como os ventos médios e contínuos que ajudam que a pipa suba bem alto.

Enfim, a pipa nos proporciona isso, leveza e alegria, nos permite voar ao mais alto céu estando preso ao chão. É muito gostoso pôr uma pipa no ar, elas “disputam espaço, fazem acrobacias, mapeiam os céus”. Mas, o mais gostoso ao empinar pipa é quando, assim como nossos sonhos, a construção é feita por nós. É muito mais gostoso empinar uma pipa construída por nós mesmos, vê-la no alto é como ver uma parte de nós podendo tocar o céu, elas “são extensão natural da mão, querendo tocar nossas ilusões”. Assim são nossos sonhos, quanto mais de nós eles tiverem, maior será nossa felicidade quando eles se realizarem.
Preservemos o direito de sonhar da juventude, assim como a beleza e simbologia das pipas, pois uma infância sem pipa certamente resultará em uma juventude infeliz.

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