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sábado, 16 de maio de 2009

A dimensão da integração na vida do grupo e na vida do jovem


Pensando na formação integral da juventude, do ponto de vista pedagógico, é importante que o anúncio evangélico não seja realizado apenas de forma abstrata, mas dentro de um contexto vivencial e por meio de paciente e constante acompanhamento. Partindo desse princípio, apresento uma breve reflexão sobre a dimensão da integração na vida do grupo e na vida do/a jovem.

Os/as jovens e consequentemente os grupos nos quais estes estão inseridos estão envolvidos por numa realidade onde as relações se tornam cada vez mais complexas. Com esta realidade se torna cada vez mais difícil chegar a um mínimo conhecimento do outro com o qual o jovem se relaciona. Diante de um outro desconhecido, como este/a jovem pode estabelecer uma relação? Eis a grande questão posta à formação integral da juventude nesta sociedade complexa.

A atualidade como palco de novos paradigmas apresenta características próprias: relações humanas impessoais e regidas pela lógica mercadológica, consumo exacerbado, supervalorização do corpo/imagem entre outras. Das quais destacamos as novas relações próprias da contemporaneidade como as crescentes relações virtuais, cada vez mais presente na vida da juventude.

A dimensão da integração estabelece papel fundamental na compreensão destas relações interpessoais, sobretudo as novas relações postas pelo advento do mundo virtual, além de relações pouco trabalhadas nos espaços de vida grupal como são as relações de gênero.

Neste contato com o outro desconhecido, o assessor do grupo se torna elemento ímpar no auxílio ao e à jovem no lidar com estas relações, ele pode ajudar o e a jovem no conhecimento do outro, mas “para conhecer exige-se tempo, sensibilidade, alegria, envolvimento”. (GADOTTI, 2005).

Nesta perspectiva Leonardo Boff nos apresenta as relações a partir do cuidado, e nos coloca a todos/as como seres cuidantes e ele diz: “somos cuidantes quando prestamos atenção aos valores que estão em jogo, atentos ao que realmente interessa e preocupados com o impacto que nossas ideias e ações podem causar nos outros”. Complementando dirá, “ser cuidante é ser ético, pessoa que coloca o bem comum acima do bem particular, que se responsabiliza pela qualidade de vida social e ecológica e que dá valor à dimensão espiritual”. As relações pautadas no cuidado são fundamentais nesta sociedade que incita à competição, bem como encontramos no evangelho também uma proposta de “relacionamento baseado no amor e no serviço”.

Através do amor e do cuidado, poderemos instaurar uma nova sociedade. Esta forma de relação contagia, é também um processo de ensino/aprendizagem. O cuidado é um dos alicerces para as relações entre as pessoas e do modo especial o e a jovem. A falta de cuidado nas relações gera uma sociedade mesquinha e desumana.

Assim como esta dimensão busca ajudar o e a jovem no conhecimento do outro, ela impulsiona o e a jovem também a ter um conhecimento da realidade na qual está inserido através dos pressupostos dispostos por Gadotti como apresentamos anteriormente.

É preciso que o/a assessor/a nestas relações junto a juventude, achegue-se com sorriso no rosto e através do envolvimento, seja sensível à escuta dos anseios e necessidades do/a jovem.

Nota
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Texto publicado no Jornal de Opinião, 26 de junho a 1º de agosto de 2007, nº 947 - Ano 20, Página nº 5 - Juventude.

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