Aqui você poderá encontrar muito de mim e espero com isso revelar o que ainda não sabe sobre você. Calma, aqui não será um espaço esotérico. Mas, acredito que no contato com o outro/a descobrimos quem verdadeiramente somos. Sinta-se a vontade em viajar comigo nesses escritos e saiba que o conhecimento é um processo, é uma construção, em que todos/as nós fazemos parte das diversas etapas de sua edificação. Participe desta aventura, venha pescar comigo nesse grande mar que é a vida, onde costuraremos histórias e reflexões acerca dos nossos sentimentos, pensamentos e das coisas da vida, as coisas do dia-a-dia que nos rodeiam.

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sábado, 14 de maio de 2011

Decidir e Lutar


Ser herói e nunca ser reconhecido,

É possível ser herói escondido?

Muitos nomes surgem na luta por um mundo melhor

Mas, o que se divulga é sempre o pior:

“Os arruaceiros, os ladrões de terra,

Os desocupados, os acomodados

A luta pela terra é criminalizada”

A igualdade de direitos banalizada

Até quando vamos continuar a fechar os olhos para nossa gente?

Os heróis e heroínas deste povo sofrido um dia serão percebidos, evidenciados?

Na luta, suas vidas são ceifadas, são calados e ameaçados,

Nosso herói do campo quer ter um pedaço de terra para plantar e colher

Quando, na maioria, o muito que tem é mal uma cova onde pode morrer

Nosso povo pobre que luta por acesso a uma educação de qualidade

E rejeitar, de vez, um diploma mal qualificado para ser colocado no quadro

Reconhecer a luta de homens e mulheres pelo direito de amar livremente

E não serem apontados na rua por manifestar seu amor a uma pessoa do mesmo sexo

Gritar que não há nada de errado em amar e não existe regra para o amor

O amor se manifesta independente de sexo, etnia, credo ou cor

Lutemos com o povo negro para que reconheçam seus direitos e valor

E não serem lembrados ou beneficiados apenas por sua cor

Quando a liberdade de fato será proclamada?

Quanto preconceito e exploração ainda existente

Até quando vamos tratar outros humanos como menos gente?

Dizer: "basta!" Não é suficiente,

É preciso correr o mundo e denunciar

Dizer que ainda se mata quem tentar falar

Alguém poder dizer: “eu queria falar, mas, eu tenho medo”

O medo não existe quando não mais se vive

Quando a vida em si já é a morte

O morto tem medo do que? Medo de morrer?

A morte já não nos amedronta mais,

Lutemos para vencer o medo de viver

De viver neste mundo cheio de preconceito e violência

De viver morrendo e nunca ser lembrado

Juntemos nossos corpos falidos aos muitos ceifados

E lutemos, lutemos até a morte final do corpo que está cansado de sofrer

Lutemos para que morramos vivendo

Morramos vivendo nossa vida cheia de conquista de direitos

Não podemos esperar, é preciso decidir, ir em frente, e lutar

Lutar por terra, teto, agasalho e pão

Lutar por saúde, transporte, trabalho e educação

E conquistar voz, sorriso e brincadeiras na rua ou no quintal

Banho de cachoeira ou mergulho no mar

E felizes possamos plantar, colher, costurar e pescar.

Só assim talvez consigamos conquistar nossa vida e morrer

E ter cada herói e heroína do povo reconhecido
E, então morrer como um povo feliz.

Um comentário:

Cinthia disse...

"Lutemos para vencer o medo de viver..."
Lendo seu texto me lembrei de quantas passeatas já assisti da janela do IPJ, o povo gritando um grito que ressoá lá na alma que dá vontade de deixar tudo e ir gritar com eles... o medo que se transformou em coragem, coragem de gritar o clamor de todo povo... querer igualdade, querer acabar com o preconceito.
Na caminhada da vida ansiamos por construir um outro mundo possível...

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