Aqui você poderá encontrar muito de mim e espero com isso revelar o que ainda não sabe sobre você. Calma, aqui não será um espaço esotérico. Mas, acredito que no contato com o outro/a descobrimos quem verdadeiramente somos. Sinta-se a vontade em viajar comigo nesses escritos e saiba que o conhecimento é um processo, é uma construção, em que todos/as nós fazemos parte das diversas etapas de sua edificação. Participe desta aventura, venha pescar comigo nesse grande mar que é a vida, onde costuraremos histórias e reflexões acerca dos nossos sentimentos, pensamentos e das coisas da vida, as coisas do dia-a-dia que nos rodeiam.

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Atitudes como está é lamentável...

(O fato acorreu durante a visita de Amazonino Mendes, prefeito de Manaus, a uma área de risco na qual uma mulher duas crianças morreram soterradas no último final de semana)

É lamentável que coisas como essa aconteçam em um país tão rico. Sou paraense e tenho uma estima muito grande por Manaus. Tenho muitos amigos deste Estado irmão, além de inúmeros amigos paraenses que moram por lá. Estes últimos trabalham e contribuem com a economia e desenvolvimento local colocando sua competência a serviço.

A reivindicação da moradora é legítima e a atitude de Amazonino é desrespeitosa e sua declaração após o ocorrido é maior ainda. O prefeito é um servidor público, e deve estar a serviço do povo que o elege e é quem o sustenta, e sem dúvida merece respeito.

Um administrador público que não sabe ouvir o povo, não é digno de representar o povo. Com certeza no período eleitoral, candidatos políticos como Amazonino se lembram desses moradores, dessas áreas de riscos, mas, logo assumam o poder, esquecem do povo que os elegeu. E na hora que são cobrados de suas promessas agem com arrogância e desrespeito para com seu eleitorado.

A moradora é a voz de muitos que sofrem pelo descaso público, é a voz de muitos que por medo calam-se. Cansados das promessas eleitoreiras, se conformam a viver em situações indignas e se esquecem de seus direitos. Ela é a pedra que grita ao calar da boca daqueles que denunciam esse sistema excludente.

Independente da origem. Seja de Roraima, do Pará, do Maranhão (como menciona Amazonino em sua declaração após o ocorrido), entre outras origens, todos são merecedores de atendimento público adequado e com dignidade. E nunca uma reivindicação, cobrança do povo por vida digna, respeito e conquista de seus direitos devem ser tratados da forma que Amazonino agiu em relação a moradora/eleitora.

Ir a público, depois, tentando explicar sua reação minimiza, mas não justifica, minimiza pela condição humana que estamos passivos de cometer equívocos, erros, mas, antes de qualquer coisa, nosso olhar deve ser o de olhar, a partir, da capacidade humana de viver a dor do outro, compreender as situações, muitas vezes desconfortantes.

Sendo assim, Amazonino deixou de agir tanto como um servidor do povo, pois foi eleito e é mantido por este e deixou de agir como cidadão que busca o bem comum. Aqui não está uma análise de sua atitude preconceituosa em relação aos paraenses que moram em Manaus, mas, sua incapacidade de ouvir e acolher, enquanto servidor do povo, as reivindicações de vida digna para este mesmo povo que o elegeu e o sustenta.

Dispenso e ignoro qualquer manifestação contrária a esta minha manifestação que tenha como motivação, a defesa partidária ou mesmo rixas regionais. Pois, meu olhar ateve-se na avaliação do exercício correto do poder público e no exercício e prática de atitudes que visem o bem comum, o exercício da cidadania.

Evitei no texto, por minha origem, fixar-me em um discurso religioso, mas em síntese, a lamentável cena que motivou esta costura, só foi possível pela incapacidade que muitas vezes temos de desenvolver um olhar cristão, um olhar de cuidado humano, um olhar com-Paixão. Enquanto não contagiarmos a quem temos contato com a pandemia do resgate humano, do cuidado, ainda vamos ter muitas atitudes como esta, preconceitos e desigualdade.

Entre na campanha: Não grito com ódio no olhar, dou abraço com-paixão.

Um comentário:

Alessandro Seara disse...

Como funcionário público ainda consciente do papel que tenho, só posso dizer uma coisa: este tipo de figura, como Amazonino, Kassab e tantos outros que tem o displante de ofender o cidadão em seu legítimo direito de manifestação tinham mais é de ser cassados, ter cassados seus direitos políticos.

Que fossem impedidos de concorrer a qualquer cargo público, até mesmo gari!

Mesmo porque, servidores humildes como garis, auxiliares de serviços gerais, e tantos outros são muito mais elegantes e respeitosos que essa corja.

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