Aqui você poderá encontrar muito de mim e espero com isso revelar o que ainda não sabe sobre você. Calma, aqui não será um espaço esotérico. Mas, acredito que no contato com o outro/a descobrimos quem verdadeiramente somos. Sinta-se a vontade em viajar comigo nesses escritos e saiba que o conhecimento é um processo, é uma construção, em que todos/as nós fazemos parte das diversas etapas de sua edificação. Participe desta aventura, venha pescar comigo nesse grande mar que é a vida, onde costuraremos histórias e reflexões acerca dos nossos sentimentos, pensamentos e das coisas da vida, as coisas do dia-a-dia que nos rodeiam.

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Contra a dilaceração do Pará, eu digo: Não! - Campanha contra a divisão.


Mauro, e esse negócio de divisão do Pará? O que você acha disso? É bom? Quem está por trás disso? Quem se beneficiará com essa divisão? O povo é contra ou favor? Essas, e tantas outras perguntas, muitas pessoas tem me feito, e já faz um tempo, e tenho oferecido respostas, que a meu ver, até então, não estavam à altura em responsabilidade e seriedade de tais indagações feitas a mim. Minhas repostas estavam muito ligadas ao sentimental, não isentas de certas reflexões, pois não acredito que nossas respostas possam estar isentas de nossos conhecimentos prévios, adquiridos em nossos processos de aprendizagem, de nossa relação com o mundo, mas, de todo modo, sentia minhas repostas ainda com a falta de uma argumentação para além do simples: “sou contra e pronto”.

É isso mesmo, desde que surgiu essa ideia de divisão, me posicionei contra, pouco me manifestei, estive reservado a responder sobre o assunto a quem me abordada em conversas informais ou mesmo pelas redes sociais. Creio que tenha agido assim, por não querer desqualificar o debate, divulgando um posicionamento sem consistência ou mesmo motivado apenas pelo sentimento de ser paraense e não querer ver meu Estado fatiado. Agi assim, também, por não saber, de fato, em dados concretos, das implicações disso sobre a vida do povo paraense, das implicações políticas e econômicas que se terá como resultado sobre o Estado ou mesmo as motivações que levaram a se propor tal divisão.

Mas, chegou a hora de dizer o que penso, na verdade já está passando da hora, faltam aproximadamente 11 dias para que todo o povo paraense vá às urnas dizer se é a favor ou contra a divisão, e apenas agora, publico uma manifestação pública de meu posicionamento sobre este plebiscito. E esta manifestação é para dizer que sou contra, e eu digo não a divisão. E o que me motiva a me posicionar assim? Muitos são os motivos, desde os de cunho pessoal, afetivo ao econômico e político. 

Em fim, vamos aos dados deste jogo de interesses pessoal que está longe de ser em defesa dos interesses da população paraense. Pois bem, para adentrar nesta discussão é necessário estar atendo, ou mesmo saber da existência dos vários movimentos de emancipação política de algumas regiões de vários estados brasileiro com o intuito de criar novas unidades federativas. Veja as novas propostas na imagem abaixo:

(Imagem retirada da Internet)

O Estado do Pará vive, atualmente, este processo, no qual se têm a proposta de se criar duas novas unidades federativas: os Estados do Tapajós e Carajás, que além de propor a divisão do Estado do Pará, tem dividido a população paraense. Juntamente com este movimento emergiram grupos em defesa da criação dos Estados do Tapajós e Carajás e grupos ligados a não fragmentação do território paraense. Grupos que têm usado dos mais diversos recursos para defenderem seu posicionamento, travando verdadeiras batalhas “ideológicas tentando persuadir a população com diversos argumentos contrários e a favor da divisão”.

(Imagem retirada da Internet)

Entretanto, segundo Miguel Diniz, e eu concordo, “o cerne da questão está em entender se a fragmentação do estado é viável e se realmente irá garantir o tão sonhado desenvolvimento para região e, principalmente, para a população mais carente. Não podemos pensar apenas em desenvolvimento econômico, pois nem sempre ele está associado a desenvolvimento social e cultural”.

Segundo dados do IBGE o Estado do Pará, o 2º maior estado brasileiro em extensão, com densidade demográfica é de 6,07 hab/km², possui 142 municípios, com uma população de 7.581.051, distribuída em uma área de aproximadamente 1.247.950.003km².
Diante deste momento vivido pelos paraenses o Instituto de Pesquisas Econômicas – IPEA divulgou alguns dados que apontam a inviabilidade para a criação das novas unidades federativas no atual Estado do Pará. De acordo com o IPEA, estes novos Estados já nasceriam com déficit econômico, pois para a criação de novas unidades federativas, as mesmas, dependem do repasse de verba do governo federal. Projeção dos Indicadores econômicos com a divisão: 

O Pará ficaria com 56% (R$ 32.527 milhões) do PIB. Carajás com 33% (R$ 19.582 milhões) do PIB. Tapajós com 11% (R$ 6.408 milhões) do PIB.

Ainda segundo o IPEA, para se efetivar a divisão do Pará, serão gastos aproximadamente R$ 4,2 bilhões. E, para se manter os novos Estados deve se gastar R$ 2,16 bilhões. Em 2008 o PIB do Pará foi de R$ 58,52 bilhões, deste valor “o estado gastou 16% com a manutenção da máquina pública, nesta estimativa Tapajós gastaria 51% de seu PIB e Carajás, 23%, sendo que a média nacional é de 12,72% ou seja, seriam estados insustentáveis”. Com a divisão se teria os seguintes perfis econômicos:

Sobre o cenário político: ao se criar dois novos estados criam-se juntamente 60 novos cargos políticos, divididos da seguinte maneira entre eles: uma média de 8 deputados federais, 24 estaduais e 3 senadores. Disponho aqui uma projeção dos custos para manter esses políticos. Sem contar as despesas com verbas de gabinete os, benefícios como: plano de saúde, passagens aéreas, gastos administrativos, ajuda de custo, auxilio palitó e moradia, entre outros, cada deputado federal ganha uma média de 26.273,13 que somado chega a uma média de R$ 10,5 milhões por ano, e ainda tem os gastos com os novos senadores que chega ao valor básico de 10,8 milhões.

Segundo DINIZ (2011), “outro fator preponderante são os gastos com a criação da infraestrutura como Tribunais, sede do Ministério Público, sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; equipamentos para o funcionamento das diversas secretarias e demais órgãos do governo como escolas, creches, hospitais, postos de saúde; segurança; aquisição e aluguel de veículos e prédios; material de consumo e permanente; despesas com pessoal, cargos de confiança etc., para atender o funcionamento dos novos estados”.

Ainda se tem muito a dizer, mas, deixarei  para outras postagens. Mas, deixo aqui uma das indagações que ainda me incomodam, e está diretamente ligada ao grupo parlamentar que defende a divisão. Pois, este grupo que defende a divisão, que quer ver o Pará fatiado, está de olho nesses novos cargos políticos que vão surgir, tal grupo enxerga o nosso amado e belo Estado como um belo bolo econômico e resolveu fatiar para melhor aproveitar a sua fatia, a dilaceração do Pará é apenas mais uma possibilidades de ganhar suas verbas sem nada fazerem. Pergunto: o que estes políticos que hoje defendem a divisão do Pará tem feito para melhorar a vida do povo paraense? Vejo apenas uma proposta que vai onerar mais os cofres públicos e deixar a população pior do que está. Pelas projeções econômicas, os únicos beneficiados serão os bolsos de quem propõe a divisão.

Sou Paraense e minha posição sobre a divisão é Não, contra a divisão eu Voto Não. Votar sim é ser a favor da corrupção, contra a corrupção meu voto é Não.  Contra a dilaceração do Pará eu digo: Não! 55 é Não.

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