Por vezes, ao pensar o que muitos dizem sobre relacionamento, sobretudo a ideia que nos impõe que temos uma pessoa certa para nós me perco em meus pensamentos ao tentar compreender as ideias correntes sobre esse tema. Tema tão recorrentes e tão difícil, por muitos, de ser administrada. Se é que seja possível, nas dimensões que essa questão é posta que isso aconteça. Penso sobre essa coisa de existir alguém que ainda vamos encontrar e que nos completará e fico a me perguntar: como posso ser metade, se me sinto tão inteiro? Como posso ser completado se não sinto que algo me falta? Seria muita crueldade viver uma vida inteira pela metade se não encontrarmos essa suposta metade que está em um outro, em algum lugar que sabe-se lá se a geografia nos favorecerá. Afinal, nunca sabemos se vamos encontrar essa nossa metade que está além de nós. E surgem outras questões: as pessoas que vivem sós, seriam pessoas pela metade? Ou seriam seres trasncendentais, completos por essência? Não, creio que nossa visão de incompletude, de busca pela cara-metade esteja equivocada e muitas vezes chega beirar a insanidade.
E sobre os relacionamentos e nossa vivência neste mundo de experimentação, nos falta compreender o sentido de nossa busca por companhia, que não é uma busca por preencher o que falta em nós, pois somos seres inteiros, completos. Mas sim, a busca por aquilo que desejamos para além de nós, uma vez que somos essencialmente seres de convivência e partilha. Por isso, digo que o que eu busco não é complemento para o inteiro que eu supostamente deveria ser, ou mesmo que os outros acreditam não ser possível ser. Busco expansão daquilo que acredito que deva ser espalhado pelo mundo, busco expansão da minha procura pela felicidade, busco o contagio do riso na vida de todas as pessoas, busco uma vida de harmonia entre os seres e a propagação das minhas mil razões para viver e que percebi que só junto poderei realizar. Pois, junto posso muito mais do que poderia sozinho.
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