Aqui você poderá encontrar muito de mim e espero com isso revelar o que ainda não sabe sobre você. Calma, aqui não será um espaço esotérico. Mas, acredito que no contato com o outro/a descobrimos quem verdadeiramente somos. Sinta-se a vontade em viajar comigo nesses escritos e saiba que o conhecimento é um processo, é uma construção, em que todos/as nós fazemos parte das diversas etapas de sua edificação. Participe desta aventura, venha pescar comigo nesse grande mar que é a vida, onde costuraremos histórias e reflexões acerca dos nossos sentimentos, pensamentos e das coisas da vida, as coisas do dia-a-dia que nos rodeiam.

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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Costura Explicativa 4 - Terça-feira - Dia de Costura Encadernada

terça-feira, é o dia de conhecermos um pouco mais de alguma Costura Encadernada indicada e apresentada pelo Pescador, onde ele nos alinhava algumas palavras sobre o autor, sobre as influências da costura em sua vida e até sobre sua contribuição da costura para a sociedade, além de apresentar os horizontes a serem contemplados após esse contato, sempre com esse jeito que o Pescador possui de nos fazer desejar aprofundar sobre as costuras encadernadas que nos apresenta.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Costura Encadernada - O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)

Esta semana, elegemos a saudade como nosso tema, e eis que me deparei com uma indagação prática: qual será a costura encadernada desta terça-feira? Então, busquei entre minhas leituras, a costura mais apropriada para postar hoje. E qual foi a minha surpresa? Não consegui pensar em outra que não fosse a Costura Encadernada - O Pequeno Príncipe, do eterno sonhador e menino *Antoine de Saint-Exupéry, grande costureiro e entre suas habilidades está a ilustração e sua grande paixão, a de dominador dos ares, sonho de infância e que ao realizar o consagrou como ótimo piloto. Nosso costureiro de hoje, nasceu aos 29 dias de junho de 1900, na cidade de Lyon/França. E partiu para a eternidade aos 31 dias de julho de 1944 no mar mediterrâneo. Partiu realizando o que mais gostava de fazer, voar. E em sua partida está uma coincidência com o seu personagem mais famoso e, para mim, autobiográfico, o Príncipe Menino. Pois, assim como o Príncipe menino desapareceu dos olhos do piloto que se revelou seu cúmplice, Exupéry desapareceu, sobrevoando sobe o mar mediterrâneo, nosso costureiro de hoje desapareceu dos nossos olhos.

Sobre a Costura Encadernada - O Pequeno Príncipe. Na semana da saudade, o que me levou a escolher esta costura encadernada como postagem desta terça-feira, neste ateliê? Creio que a essência das palavras costuradas nesta encadernação foi a grande motivação. Pois, O Pequeno Príncipe, nos impulsiono mais que a um olhar interior, nos impulsiona a um olhar para o nosso ser da infância, este ser que muitos de nós esquecemos no tempo, no passado. Ele nos provoca a nos aventurarmos nessa viagem no tempo em busca deste ser, muitas vezes, perdido. Ele nos provoca o desejo de resgatar e nos devolve este mistério da infância.

É a busca dos sonhos esquecidos, dos planos guardados, que a adultez nos furtou. E ao navegarmos por esta costura, nos saltam estes sonhos e planos de outrora. Os detalhes das coisas simples que nos faziam sorrir e sonhar. Voltam em lembranças e reacendem nossos sonhos infantis, abrem o baú, há tempos, esquecidos e revelam as inocências acomodadas, hoje, quase transparente que já não conseguimos ver, sobretudo quando por serem ofuscadas pelos compromissos da vida adulta que nos faz viver numa intensa pressa o nosso dia-a-dia.

Nesta costura, é possível perceber o intenso frio (saudade) sentido por Exupéry, por isso fui conduzido, de alguma forma, a postá-la hoje, na semana da saudade. Percebemos a saudade que ele sentia do menino sonhador, aventureiro e puro, perdido em algum lugar no passado. Quando adentramos nesta costura, resurgem as recordações escondidas. É possível reconfortar o nosso coração ao reencontrarmos nossa meninice esquecida que nos faz inverter a lógica das coisas. E voltamos a escutar a voz dos animais e das flores, a cor de um sorriso, o perfume da lua e das estrelas, e som dos guizos das folhas embaladas pelo vento. E nada será comum, pois tudo está carregado da singularidade do que o gerou e o fez existir.

Acredito que esta costura, é capaz, de nos fazer romper com a lógica que fomos levados a viver, onde o outro é obrigado a seguir um padrão e modelo, que cria a ideia de um SER diferente e nos faz esquecer, que não existem seres iguais e muito menos seres diferentes, pois somos todos únicos, sobretudo quando nos deixamos cativar e nos percebemos cúmplices. Que nos faz chorar quando chega a hora da partida e nos restará apenas as lembranças e saudade que nos fará companhia.  

Enfim, melhor parar por aqui, esta costura me provoca tanta coisa que me empolgo ao costurar meus comentários sobre ela. E assim, deixo aqui minha recomendação de que você possa fazer sua aventura nesta Costura Encadernada. Caso não tenha o exemplar, é só clicar aqui e baixar o arquivo em PDF ou nos títulos  demarcados.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Costura Encadernada - O Livro dos Abraços (Eduardo Galeano)


A Costura Encadernada de hoje é O Livro dos Abraços de nosso grande hermano Eduardo Galeano*,  nascido em nossa pátria irmã Uruguai. Entre tantas habilidades destaca-se seu tino jornalístico, costureiro/escritor e sonhador. Um dos seus grandes sonhos ainda o acompanha, ser jogador de futebol que nos é  apresentado em algumas de suas costuras, enquanto costureiro apresenta um estilo que transcende os gênero ortodoxos, conseguindo articular ficção, jornalismo, análise sociopolítica e histórica. Galeano estreou na vida no terceiro dia de setembro, no palco da Cidade de Montevidéu, no ano de 1940. Traz em seu ser esta identidade latino-americana, tão intensa e perceptiva em suas costuras. 

Esta marca levou Galeano a ser o primeiro cidadão da América Latina a receber o título de Cidadão Ilustre do Mercosul. Quando costura, faz a memória ganhar vida, ao considerá-las como bicho inquieto. Em suas memórias pessoais navegamos desbravando um mar de possibilidades e ganha força ao juntar suas memórias com nossa coletiva e identidade latino-americana. Em suas costuras nos apresenta a importância dos pequenos momentos ao contarmos nossa história, pois são esses momentos que remexem dentro nós e nos faz sentir a verdadeiro sentido da vida.

Sobre a Costura Encadernada - O Livro dos Abraços: Esta costura traz essa autêntica marca de seu costureiro, fruto de sua navegação neste grande mar que é a vida, e de modo especial, nas águas desta Latino-América, onde pode observar e sentir muita coisa. Pois, costureiro desta magnitude, sente e vive, e o que costura é sempre resultado de suas experiências vividas e isso podemos perceber em nossa Costura Encadernada de hoje. Nela, vamos encontrar aquilo que de mais intenso ele encontrou por sua navegação e destaca a grandiosidade dos pequenos momentos e como eles vão se entrelaçando e alinhavando a vida.

Nesta costura, Galeano nos leva sentir a sensação do abraço, aquele abraço apertado, de corpo inteiro, que nos possibilita sentir o outro por completo, sua respiração e as batidas do seu coração, embaladas pelo sentimento de bem querer. Sensação que nos retira do lugar e nos levas a viajar, por um grande mar de lembranças e sensações que só um abraço é capaz de proporcionar.  Essa defesa da memória como algo vivo, e como ele mesmo diz que “nasce a cada dia” podemos encontrar na costura encadernada de hoje.

Caro navegante, nada que possamos costurar aqui será capaz de alcançar em sua plenitude o que esta bela costura de nosso querido hermano nos proporciona ao degustar o seu conteúdo. Esta é uma costura é uma colcha de retalhos, onde cada retalho pode ser considerado uma costura completa e muito bela, uma vez que valoriza os pequenos detalhes de nossa vida que deixamos passar despercebido e não conseguimos ver quanta beleza eles contem. 

Com tudo isso, esta costura ganha uma dinâmica, permitindo que seja lida sem que nos preocupemos em seguirmos  a ordem sequencial que ela foi encadernada. Cada retalho que compõe esta colcha possui especificidades e está carregada de sentimentos únicos que saltam, como se tivesse vida própria, e nos preenchem. E preenchidos de tanta coisa bela, sentimos cada sentimento e somos impulsionados a fazer memória das coisas simples que vivemos e pouca atenção demos, e desejamos viver tudo com a mesma intensidade de valor e beleza que nosso costureiro de hoje, conseguiu alinhavar em sua costura encadernada: O Livro dos Abraços  (baixe aqui). Que você tenha uma boa contemplação desta costura e compartilhe conosco sua experiência deixando seu retalho em nosso atelier.

terça-feira, 19 de março de 2013

Costura Encadernada - O Segundo Sexo (Simone de Beauvoir)


Na Semana da Mulher no Costuras e Pescarias, a Costura Encadernada que apresentamos hoje é O Segundo Sexo, que foi tecida por uma das mulheres que tanto admiro, Simone de Beauvoir*.  Feminista, foi uma grande costureira (escritora) e ensaísta e é considerada uma das maiores representantes do pensamento existencialista francês. Ela fez parte de um grupo de filósofos-escritores associados ao existencialismo - movimento que teria enorme influência na cultura européia de meados do século passado, com repercussões no mundo inteiro. Nasceu em Paris/França aos 9 dias de janeiro de 1908. Ainda jovem ingressou na Universidade de Sorbone, na qual cursou Letras e Filosofia. Simone de Beauvoir é considera uma das costureiras mais influentes do ocidente. Seu pensamento discorria sobre questões ligadas à independência e autonomia feminina e o papel da mulher na sociedade. Sua obra também tratava da luta feminina e as mudanças de papeis estabelecidos, bem como a participação nos movimentos sociais. E em 1949 publica “O Segundo Sexo” (Costura Encadernada de hoje), pioneiro manifesto do feminismo, no qual propõe novas bases para o relacionamento entre mulheres e homens e, das suas Costuras Encadernadas, é a que melhor condensa suas experiências.

Sobre a Costura Encadernada - O Segundo Sexo: esta costura é um estudo  sobre a mulher na sociedade, publicado numa época em que a mulher já estava começando a se libertar do jugo machista, mas que ainda encontrava diversos obstáculos. No Brasil esta costura foi publicada dividida em dois volumes: o primeiro com o sub-título: Fatos e Mitos e o segundo: A Experiência Vivida.(você poderá baixar os dois volumes clicando nos títulos) Nessa obra, nossa costureira de hoje apresenta uma análise, histórica, social, psicológica e biológica sobre o papel da mulher na sociedade, negando completamente idéias  e estudos que  tratem de uma suposta natureza feminina. 

Esta Costura é riquíssimo em informações, análises profundas e bem fundamentadas, numa tentativa exaustiva de mostrar que o "ser mulher" é algo construído histórica e socialmente, tanto quanto a submissão dela  em relação ao outro sexo. Simone de Beauvoir se propos desconstruir a tese do "instintos biológico feminino", uma vez que o pressuposto natural e imutável é questionável e para nossa costureira de hoje inaceitável e eu concordo com ela. Assim, podemos reafirmar que “não se nasce mulher: torna-se”, ou seja, uma condição culturalmente construída. 

A ideia defendida por muitos de que foi a “natureza inferior” da mulher que a teria definido como o segundo sexo é totalmente refutada por nossa costureira, e ela defende que ao invés disso foi a invisibilidade histórica da mulher que a teria colocado neste lugar, ou neste “não lugar”. E para ela (Simone de Beauvoir), a saída da mulher, desta invisibilidade histórica, das suas diversas funções exercidas socialmente que sempre se estabeleceram em relação ao lugar do homem na sociedade, só se daria através de uma formação de consciência autônoma e liberdade econômica. Assim, a mulher conseguirá ser livre e ter autonomia plena sobre seu corpo e sua vida em si.

Como não temos a pretensão de esboçar análises profundas sobre as Costura Encadernadas apresentadas aqui, e sim breves comentários gerais sobre as obras, com o intuito de despertar o interesse sobre as mesmas, paramos por aqui. Mas, fica o desejo e a esperança que tenhamos despertado o seu interesse de conhecer mais sobre esta Mulher, seu pensamento e de modo especial, sobre sua costura que hoje apresentamos, uma vez que é considerada a que melhor condensa as experiências de Simone Beauvoir. E também esperamos ver aqui os comentários acerta desta costura que foi um pioneiro manifesto feminista, ao questionar a o relacionamento entre mulheres e homens e porpor novas bases para esta relação.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Costura Encadernada - O Menino Marrom (Ziraldo)


Neste dia dedicado a Consciência Negra, a Costura Encadernada que trazemos é O Menino Marrom do multi costureiro Ziraldo*.  Nosso costureiro de hoje é mineiro de Caratinga, nascido no dia 24 de outubro de 1932, é colunista e jornalista brasileiro e multi artista, tendo ótimas habilidades como cartunista, chargista, pintor, dramaturgo, caricaturista, escritor, cronista, desenhista e humorista. É um dos escritores infantis do Brasil mais conhecido e aclamado. É pai de um dos personagens mais famosos da literatura infantil brasileira.

Sobre a Costura Encadernada - O Menino Marrom: através da amizade entre dois meninos, são apresentadas reflexões sobre o cultivo da paz e bons sentimentos.  Com uma abordagem “simples” e divertida, pontua através da convivência aventureira entre o Menino Marrom e o Menino Cor-de-rosa temas como diferenças humanas, a separação de pais, a adoção, a deficiência física e preconceitos étnicos e raciais. A busca pelo o “por que” das coisas serem como são, torna a história destes dois amigos uma instigante costura. 

Esta é uma daquelas costuras que vai envolvendo a gente, nos deixando sem ar ao nos apresentar novas formas de ver o que estamos acostumados a ver apenas por um prisma, o prisma do preconceito, de certa forma nos faz repensar sobre o como estamos vivendo nossas vidas e sobre a importância do olhar despreconceituso - comum nos olhares infantis. Creio que essa seja a grande lição: viver o despreconceito. Por isso, escolhi esta costura para o dia da Consciência Negra, que por mais que possa não ser essa intenção inicial de Ziraldo, a costura nos ajuda a refletir sobre o respeito às diferenças humanas, e de uma forma leve, prazerosa e, sobretudo, perspicaz, aborda o preconceito étnico e racial tão recorrente em nossas relações, se tornando uma ótima ferramenta para trabalhar estas questões com os pequenos ou mesmo gente grande.

Termino por aqui, meus comentários, na esperança que mais gente grande possa contemplar esta costura que está classificada como literatura infanto-juvenil, que mesmo com essa classificação apresenta grandes lições e nos dá alguns tapas-de-luvas. Adquira a Costura e tenha uma boa aventura com a história da amizade entre o Menino Marrom e o Menino Cor-de-rosa. Paz e Vida Longa!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Costura Encadernada - A verdadeira história do Pequeno Príncipe (Alain Vircondelet)


A Costura Encadernada de hoje é A verdadeira história do Pequeno Príncipe, de Alain Vircondelet. Nosso costureiro de hoje estudou literatura e filosofia e é mestre conferencista no Instituto Católico de Paris. Renomado biógrafo, entre suas obras que o consagraram estão as biografias de várias figuras importantes da literatura, das artes e da espiritualidade cristã: Blaise Pascal , Charles de Foucauld, João Paulo II, Casanova e sobre o Pai do Príncipe Menino - Saint-Exupéry. Arrisco dizer que Alain Vircondelet é o maior especialista em Exupéry. Outras costuras que envolvem Exupéry estão Saint-Exupéry: Verdade e lendas; Consuelo e Antoine de Saint-Exupéry: Uma história de amor; Foi Antoine e Consuelo de Saint-Exupéry e Saint-Exupéry: História de uma vida.
Para desenvolver a costura que apresentamos hoje, Alain Vircondelet fez um mergulho na vida de Saint-Exupéry durante seu exílio em Nova York, período em que a desesperança tomou conta de Exupéry. Vircondelet contou com ajudas singulares para sua costura, tendo apoio de pessoas que conviveram de perto com Saint-Exupéry. Destaque para aquela que fora considerada uma das protagonistas mais influentes da vida e obra dele, Nelly de Vogué. Ela "fora a sua amiga do coração, sua confidente". Além dos acessos aos arquivos da esposa de Saint-Exupéry, Consuelo de Saint-Exupéry, figura forte, delicada e talentosa, a Rosa do Pequeno Príncipe.

Sobre a Costura Encadernada: A Verdadeira história do Pequeno Príncipe – nos revela um Exupéry pouco conhecido, e até difícil de se imaginar, sobretudo para quem já se deliciou com sua costura encadernada O Pequeno Príncipe, que para muitos dispensa comentários e que neste momento não cabe fazê-los aqui. Esta costura encadernada nos revela o homem que está por trás de uma das personagens mais puras da literatura mundial. Deixando de lado alguns equívocos de tradução e até de português, é uma obra envolvente e que nos faz mergulhar nos detalhes pouco conhecido deste que é um dos meus costureiros preferidos. 
Esta costura nos permite ter acesso a informações reveladoras sobre o que cerca a costura do Príncipe Menino, dedicações, homenagens e inspirações por trás de cada retalho que compõe essa que é uma de suas maiores costuras. À medida que aprofundamos na costura podemos perceber os conflitos existenciais vivenciados por Exupéry e que o influenciaram em sua trajetória de costureiro de palavras. Vircondelet desnuda as insatisfações com a vida adulta que Exupéry sentia, o que o torna um aventureiro em busca de sentido para a sua vida, uma busca pela por sua criança perdida, que se encontrava dentro dele mesmo, em sua mente e corpo de adulto.
Tal busca, o fazia deparar-se com a depressão, melancolia e pela tristeza diante do seu ser da infância, agora perdido e ainda a finitude da vida.  A costura nos apresenta como nasceram o Príncipe Menino, a Rosa e a Raposa e como a costura que envolve essas personagens envolveram Exupéry no seu período de exílio em Nova York e o livrou da desesperança que sentia. 
Hoje, fico por aqui, espero que gostem do que vão encontrar nesta costura que apresentamos. Paz e Vida Longa!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Costura Encadernada - Ao som do realejo (Péricles Prade)


Ao som do Realejo de Péricles Prade, é a costura encadernada de hoje. Nosso costureiro de hoje é catarinense, nascido aos 7 dias de maio de 1942, na cidade Rio dos Cedros. É advogado, jornalista e escritor brasileiro. Foi vice-prefeito de Florianópolis e é considerado um dos principais autores de literatura fantástica no Brasil, ao lado de José J. Veiga e Murilo Rubião. Sua obra diversificada inclui prosa de ficção, ensaios e poesia. Em 31 de março de 1973 foi empossado na cadeira 28 da Academia Catarinense de Letras, da qual mais tarde seria presidente. Também presidiu a União Brasileira de Escritores, de 1980 a 1982. Péricles é da escola literária contemporânea, cujas características são excessivamente expressas na costura encadernada que apresentamos hoje.

Essa semana eu estou quebrando algumas práticas que estabeleci para este espaço. Ontem postei uma costura musicada que inicialmente estava fora das motivações que sempre orientaram tais postagens, mas que ao final tais motivações estavam expostas no que foi costurado. Já a costura encadernada de hoje, creio que não conseguirá alcançar isso, uma vez que venho comentando costuras encadernadas que já tive acesso, o que não é o caso da apresentada hoje. Contudo, a motivação de apresentá-la aqui, tem a mesma motivação inicial da costura musicada de ontem, o diálogo com o Raro Romildo Ramalho. Pois, resolvi ter o realejo como a temática que perpassaria as publicações desta semana, o que me fez buscar uma costura encadernada que abordassem algo sobre o Realejo. 

Entre minhas buscas não encontrei algo tão específico, mas encontrei esta costura encadernada que tem como título nosso órgão de rolo, o realejo, instrumento de trabalho dos vendedores de sonhos. Mesmo que não trate sobre o instrumento em si, resolvi comentá-la, pois o tem como intitulador e, talvez, seu conteúdo nos remeta ao seu som de alguma forma.

Sobre a Costura Encadernada: Ao som do realejo. Como não tive acesso a obra, não tenho comentários próprios para expor aqui, mas devo destacar que aos que tive acesso, despertaram em mim o desejo conhecer melhor esta costura encadernada, daí um dos motivos de postá-la aqui. 

De acordo com comentários que tive acesso, a costura encadernada de hoje, é uma encadernação de costuras poéticas que, no entanto, não contém poesia; é uma espécie de costura que nem sempre agrada. Quando se termina de contemplar, pensa-se “nada entendi”. 

Os comentários dizem que consiste em um grupo de contos; alguns com começo, meio e fim que, não obstante, também são breves. Às vezes, alguns contos consistem em uma única frase, além de, não raro, composição simples, porém, com sentidos ocultos. São apresentados mundos distintos, usando intertextualidade liberta e inovadora (o que caracteriza a escola do costureiro desta obra). 

O costureiro de hoje, em sua obra, tenta cativar o leitor com uso inovador de linguagem, simbolizada pelo instrumento de trabalho do vendedor de sonhos, o realejo. No entanto, as histórias se mostram confusas, como se fossem, propositalmente ou não, um realejo quebrado, semelhante ao que lembra a costura musicada “Caixa de música quebrada”, de Heitor Villa-Lobos. 

Assim, por apresentar pouco sentido, fica difícil contextualizar. No entanto, o posfácio da costura, de autoria de Álvaro Cardoso Gomes, que tenta dar melhor explicação da temática, até então confusa, da maioria dos “microcontos”. O posfácio, apesar de, por parte, ajudar na contextualização, não apresenta sentido suficiente para agradar o leitor.

Por fim, foram esses comentários, que colocam a costura encadernada de hoje como algo difícil e pouco compreensível que encontramos. E, foi exatamente essa característica que despertou, em mim, maior interesse sobre ela.

E nós ficamos por aqui, até breve. Paz e Vida Longa!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Costura Encadernada - Ei! Tem alguém aí? (Jostein Gaarder)


A Costura Encadernada de hoje é “Ei! Tem alguém aí?”, de Jostein Gaarder*, filho de um casal de professores, é escritor e intelectual norueguês. É autor de romances filosóficos, contos, e histórias.  Sua costura encadernada mais conhecida é: “O mundo de sofia”. Algo que se destaca nas costuras de Gaarder, são suas questões sobre a vida, muitas vezes, mais estigantes que o próprio enredo de suas histórias. 

Sobre a Costura Encadernada – Ei! Tem alguém aí? Esta costura narra a história de Joakim, um menino de oito anos que vai ganhar um irmãozinho ou irmãzinha. É madrugada, quando Joakim é deixado sozinho em casa. Pois, seu pai e sua mãe foram ao hospital. Enquanto espera que seu pai e sua mãe voltem do hospital com sua irmãzinha ou irmãozinho, acontece o inesperado, para não dizer estranho, já que isso é relativo: como se fosse uma estrela cadente, uma menino cai, bem no meio do jardim de seu jardim. É um meino de outro planeta e seu nome é Mika. Os dois são muito semelhantes ao mesmo tempo em que são muito diferentes. Passam juntos, 24 horas, onde conversam sobre o universo e temas diversos como a origem da vida, os princípios da evolução e a extinção dos dinossauros, conversam também, sobre Mika e sobre como ele chegou ao planeta Terra e caiu logo no meio do quintal de Joakim.

Esta costura é traçada como se fosse uma carta de Joakim, já adulto, para sua sobrinha, Gabriela. O surpreendente é a sutileza com que Gaarder, traça suas indagações filosóficas que faz desta, uma leitura prazerosa, servindo tanto ao público infantil, quanto o juvenil e o adulto, que uma característica deste costureiro, preocupar-se em costurar para um público, servindo a outros. Se ainda não presenteou seu filho/a, sobrinho/a, afilhado/a neste mês das crianças, esta é uma boa pedida. Sem contar, que é uma ótima forma de apresentar, aos pequenos, a importância da busca pelo conhecimento. Totalmente recomendado a crianças de 7-9 anos, ou de idades que vão dos 10 aos 100 anos.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Costura Encadernada - O Menino Sem Imaginação (Novaes, Carlos Eduardo)


A Costura Encadernada desta terça-feira é O Menino sem imaginação, de Carlos Eduardo de Agostini Novaes*, carioca, nascido no bairro da Tijuca, formado em Direito em Salvador pela Universidade Federal da Bahia, se firmou como um de nossos mais aclamados escritores, e que teve seu início na imprensa no jornal carioca Última Hora. Possui um estilo provocativo e com um humor mordaz.

Esta costura encadernada possui uma leitura de fácil entendimento, na qual há predominância da linguagem coloquial, ela não trás novas palavras, mas trás ideias de podem ajudar quem lê a expressar melhor a fala no seu cotidiano. Esta costura é recomendada a todos os públicos, mas acredito que os diversos educadores podem usá-la fomentar o debate desta questão entre os educandos.

É um bom instrumento para iniciar o debate sobre a influência da mídia televisiva em nosso cotidiano, em que a vida real é deixada de lado, para se viver a mercê do que vê na TV. Pois, a televisão pode sufocar a imaginação das pessoas, alienando-as e impedindo o acesso ao universo cultural que é muito mais enriquecedor do que a limitada tela de TV. Ela passa tanta informação em tão pouco tempo que as pessoas apenas absorvem o que vêem sem parar para pensar sobre aquilo tudo.

Considerando que olhar à TV produz uma grande concentração, pois envolve a constante composição das linhas de imagens, argumentos e ruídos, e que pode atrofiar nossa imaginação, a leitura parece ser a melhor opção para aqueles que desejam desenvolver a criatividade, alcançar o sucesso profissional e acima de tudo espiritual. No entanto se não for revelado aos adolescentes e jovens, ou mesmo às crianças, em casa ou na escola, os encantos da leitura, esses grupos, tão importantes em nossa sociedade, vão preferir sempre assistir televisão. Usando as palavras do autor, “é muito mais fácil formar um telespectador do que um leitor” (NOVAES, 1997:149).

Sobre a Costura Encadernada: O Menino Sem Imaginação. Esta costura conta de maneira muito criativa a história de uma família que, obrigada a viver sem a telinha, se vê constrangida a mudar seu dia-a-dia. No meio de toda essa mudança está Tavinho, um garoto que não tem imaginação criativa e que só é capaz de reproduzir aquilo que já viu antes, de preferência na televisão, ou seja: imaginação reprodutiva ou memória visual. 
O menino adora ver TV, e quando crescer seu desejo é sair da escola para não precisar fazer mais deveres e poder assistir televisão de manhã, de tarde e de noite. Nas férias passa dias interirinhos na frente da telinha, só sai para ir ao banheiro. Só compra aquilo que vê nos comerciais, e adora o sistema de vendas diretas em que o locutor ordena “ligue já!”
O garoto estabelece com os três aparelhos de TV que possui em seu quarto, uma relação como se eles fossem membros da família e os chama de Babá, Plim-Plim e Fantástica. Tavinho vivia feliz com a vida que levava, até o dia em que após uma pane no sistema de telecomunicações (anomalia magnética) o Brasil inteiro fica sem televisão. 
O fenômeno vira o país de pernas pro ar, afinal, como viver sem TV? Provoca uma tragédia nacional e leva a população a manifestar atitudes de dependência da TV. Muitas delas vão ao desespero e à beira da loucura, dentre elas estão aquelas que só conseguem dormir “vendo” televisão. Outras, não suportando a ausência das imagens e a solidão, se suicidam. Surgem novas doenças relacionadas com a falta da TV, e consequentemente novos produtos e serviços para preencher o vazio deixado por ela. O movimento nas farmácias era intenso, muita gente apresentava sintomas negativos provocados pela falta de TV. A grande maioria não sabe o que fazer sem as imagens da telinha e, num ato de desespero, correm para as locadoras de vídeos (que em pouco tempo ficam vazias) na tentativa de satisfazer suas necessidades audiovisuais.
Enfim, essa situação cria um drama na família de Tavinho, que estava reunida impacientemente para assistir o jogo do Brasil justamente quando a TV escureceu. E neste enredo segue o desenrolar da Costura Encadernada de hoje: O Menino sem imaginação é uma crítica bem-humorada à nossa sociedade atual em que a TV ocupa lugar central na vida de muitos o que pode provocar a falta do poder criativo que as leituras dos livros sempre nos possibilitaram desenvolver. Fica aqui a dica desta prazerosa leitura.(Adaptação do Resumo desta Costura Encadernada que está disponível em: Yahoo respostas)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Costura Encadernada - Sentimento do Mundo (Carlos Drummond de Andrade)


Terça-feira é dia de Costura Encadernada, e a costura encadernada de hoje é Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade. Ganhei esta costura em 2002 de um grande cúmplice, Charles Paiva, ano em que Drummond completaria seu centenário de vida, se não tivesse falecido em 1987, dois meses antes de completar seus 85 anos, e esse mês de agosto completam-se 25 anos sem a presença de Drummond entre nós. Em 2002, em homenagem ao centenário de nascimento de Drummond, Charles e Eu montamos uma apresentação com seus poemas que teve como balizador a costura encadernada de hoje: Sentimento do Mundo, de onde tiramos as costuras que recitávamos e que me renderam muitas histórias para contar de minhas atuações nos palcos e foram os mais diversos. Foi neste ano que cheguei a Belo Horizonte e que tive maior conhecimento deste grande costureiro que foi Drummond, o mais estudado e lido poeta brasileiro e foi um dos maiores poetas brasileiros. Ele se tornou grande referência para mim, seus poemas e sua história. Por vezes me pego usando trechos de suas costuras como bordões, entre eles está, uma paráfrase: “estou quieto no meu canto, sem amar”, do original que é: “Fique quieto no seu canto. Não ame”.

Sobre a Costura Encadernada: O Sentimento do Mundo traz o frescor e o impacto do "vento revolucionário" que sopra da vasta e imprescindível obra de Carlos Drummond de Andrade. Nesta Costura Encadernada está contida os mais famosos e arrebatadores poemas: Poema de Sete Faces, No meio do caminho, Quadrilha; e poemas menos conhecidos, mas igualmente antológicos como Poema do Jornal ou Poema da Purificação; e ainda destaco outros que me rendem momentos de reflexão: Toada do Amor, Poema que Aconteceu, Poesia, Cota Zero, Não se Mate, Segredo, Congresso Internacional do Medo e Mãos Dadas, destes últimos, apenas o Congresso Internacional do medo não fez parte de nosso repertório de recitação. Esta costura encadernada (Sentimento do Mundo) foi a terceira de poemas de Carlos Drummond de Andrade a ser publicada (1940), escrito após Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934). Drummond, mostra nessa costura sua faceta mais madura e atenta às fragilidades e angústias humanas.

Em Sentimento do mundo, o poeta revela sua preocupação com as transformações de um mundo ameaçado pelo Nazismo e pela Segunda Guerra Mundial e fragilizado pela ditadura varguista. Dessa observação atenta das tensões cotidianas, surge uma acidez que revela um poeta inquieto de seu tempo, mas sem perder a delicadeza com que se expressa desde seus primeiros versos, nos quais sobressai uma visão lúcida e mais subjetiva da realidade. O crítico Silviano Santiago vê em Sentimento do Mundo uma visão de mundo "sombria e pessimista (...) que se justapõe à esperança da revolução e da utopia”. Deste cruzamento entre o "eu" e o mundo, surge uma poesia mais compromissada e um poeta mais consciente diante de importantes questões humanas e das complexas relações que o homem trava com seu tempo, em uma linguagem seca e precisa. Em fim, costura encadernada mais que recomendada.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Costura Encadernada - Eu sei que vou te amar (Arnaldo Jabor)


Hoje é terça-feira, dia de Costura Encadernada, e a costura encadernada desta semana é Eu sei que vou te amar de Arnaldo Jabor*, nesta costura Jabor nos apresenta a história de um casal que se reencontra depois da separação. E podemos nos perguntar: "O que manifestar e, principalmente, que deve ser mantido na intimidade de nosso coração? O que deve ser dito e o que deve ser silenciado?" 
Esta costura encadernada nos apresenta, o embate travado entre um casal recem separados após seis anos de vida conjugal, tendo como local da discussão o lugar que fora de sua intimidade, o seu apartamento. Nesta costura, podemos mergulhar, nos diálogos, pemeados de constante tensão, crueldade e paixão, na qual seus embates oscilam entre gentis mentiras e verdades duras de serem ouvidas. 
Permeados pela história dos dois, o que se vivia, o que se achava viver envolve na leitura dessa costura. E para mim fica uma indagação: "o desejo e o sentimento anunciado e o que de fato se sente conseguirão caminhar juntos, sem os abismos que os separam?" Este é um diálogo de amor com tudo que isso encerra, paixão, ciúme, medo, insegurança, dores e as revelações dos ressentimentos e mágoas da história "comum" de um casal. Enfim, esta costura é uma típica discussão de relação (DRs) entre os casais, sempre singulares, mas sempre iguais. E o que se percebe nesta leitura é a constante busca por resposta sobre o que de fato se sente.
*Arnaldo Jabor - clique em mais informações

terça-feira, 10 de julho de 2012

Costura Encadernada - Amor Líquido (Bauman, Zygmunt)

O Costuras & Pescarias, nesta semana, apresenta a Costura Encadernada: Amor Líquido de  Zygmunt Bauman *, 

Nesta Costura Encadernada, Bauman, apresenta que a modernidade líquida em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos, um amor líquido. Ele investiga de que forma as relações tornam-se cada vez mais 'flexíveis', gerando níveis de insegurança sempre maiores. A prioridade a relacionamentos em 'redes', as quais podem ser tecidas ou desmanchadas com igual facilidade - e freqüentemente sem que isso envolva nenhum contato além do virtual -, faz com que não saibamos mais manter laços a longo prazo. Mais que uma mera e triste constatação, esse livro é um alerta - não apenas as relações amorosas e os vínculos familiares são afetados, mas também a capacidade de tratar um estranho com humanidade é prejudicada.
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