E o final
de semana foi de cerceamento. Em Divinópolis, no Evento a Rua do Rock, durante
o Show do Grupo O Teatro Mágico presenciei uma fraude ao que se refere o acesso
a cultura por parte da administração pública, que impediu que os fãs da Trup se
aproximassem do palco do show, ao colocar grades que compreendiam toda a extensão
deste, com a justificativa que tal separação era para garantir um espaço “seguro”
para que idosos, lactantes, cadeirantes e crianças pudessem assistir ao show
com a devida segurança que estes públicos merecem. Mas, o que menos se viu lá
foi tal público, e o espaço pareceu mais uma Área Vip para os queridinhos do
Prefeito, pareceu mais um show particular para alguns privilegiados da
administração pública municipal. E como são tão “bonzinhos”, permitiram que outras
pessoas, todos eleitores ou filhos de, tivessem acesso ao show financiado com a verba
pública que nós ajudamos a bancar com o pagamento dos diversos tributos e impostos, desde que fosse do lado de fora, fora da
Área Vip, atrás do cercado que protegia alguns privilegiados que não podem se
misturar com o povo, povo este que deveria ser a razão das ações de qualquer administração
pública.
Em Belo
Horizonte, na 3ª Jornada Arquidiocesana da Juventude (JAJ), vi a contradição
encarnada, de uma Igreja que diz acreditar e precisar da Juventude. Ao emsmo tempo em que afirma isso em seu discurso, impede a aproximação dos jovens à mesa do banquete, que segundo a
tradição católica é para todos que acreditam no Senhor e professam sua fé n'Ele. A JAJ é um evento promovido para a juventude e deve ter o rosto juvenil
e o que se viu, neste domingo, foi o oposto, uma celebração que pareceu réplica
das celebrações na praça do vaticano, em que apenas o corpo eclesial tem acesso
ao altar do Senhos e o povo somente é permito "assistir" de longe. No local de chegada da
caminhada da JAJ, quando os jovens chegaram encontraram um cercado que os
impediam de celebrar próximo ao altar do Senhor. Nem mesmo os jovens que vieram
carregando a cruz durante a caminhada puderam permanecer no espaço, uma vez que
este estava reservado aos ministros da eucaristia, parecendo que a celebração
era o ensaio da Missa da Unidade e a juventude se tornou mera coadjuvante em seu próprio
evento. Sem contar o espaço reservado, no altar, às autoridades políticas, até mesmo
ao suposto secretário estadual de juventude, que sabemos que nunca esteve ao
lado da juventude e sempre defendeu seus interesses particulares e usa da juventude
apenas como um meio para sua promoção pessoal, teve lugar privilegiado. Na promessa da homilia proferida, o
Bispo pede licença para direcionar suas palavras aos jovens presentes na celebração,
que a princípio era para eles, mas não conseguiu sair da formatação romana de
discurso, sem contar o tempo de duração que pareceu esquecer que a juventude já
estava em caminhada, ao sol, desde cedo. Em fim, devemos entender que trabalhar
com a juventude se aprende estando no meio dela. Sendo assim, esperemos que o
bispo referencial para a juventude possa aprender que para servir a juventude,
antes mais nada, precisa amá-la e conviver com ela. E para isso é preciso
permitir que ela tenha livre acesso a Igreja, sobretudo ao altar do senhor e
cercas são sinônimos contrário a essa ideia e em outras palavras geralmente querem dizer: “não ultrapassem espaço
reservado para você não entrar ou mesmo, você não é bem vindo aqui, se quiser
pode olhar de longe, pois aqui, somente os escolhidos que não é caso de vocês”.
Por
fim, em ambos os casos, as cercas são as marcas de que nem tudo é para todos e
são ações como estas que afastam os jovens de uma participação mais incisiva
nos diversos setores da sociedade, sejam eles os quais forem: culturais,
políticos ou mesmo religiosos. E lembremos que palhaçada se é palhaçada
deverá fazer rir.
3 comentários:
Acho q não a mais nada a ser dito, apos a leitura deste texto, além de total apoio a causa.
Como sempre esta de parabéns por suas palavras ao inverso das atitudes relatadas acima.
Através de manifestos assim fazemos a diferença. Não podemos nunca nos silenciar diante de nossa indignação. E a Juventude Arquidiocesana? Foi tão educada quanto nós Raros no evento Rua do Rock? Um Levante, é o que está faltando para que haja mudança. Não nos calarmos diante do desrespeito seja com quem for. Criança, Jovem, Adulto ou Idoso. "O post é a voz que vos libertará". Não vamos nos silenciar...
The pictures are so lovely, thank you!
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