Pois bem, nos últimos anos fui muito procurado por pessoas que nunca tinha tido contato, por pessoas que conheci em minhas navegações e também por amigos e amigas de perto e de longe, todos procuravam partilhar um pouco de sua vida com esse simples pescador que ousa costurar. Ao falarem de seus projetos de vida muitas coisas bonitas eram reveladas, para mim só o ato de sonhar já traz em si uma beleza transcendental, o ato de sonhar é a capacidade de dizer à vida que sabemos por onde queremos navegar.
Enfim, observando os inúmeros sofrimentos causados por essa dificuldade de lidar com as coisas do coração, o não saber a hora de dizer: “eu te amo”, de não saber a hora de dizer: “basta” ou mesmo de se entender que o “acabou, não dá mais” que por ventura venhamos a receber me levou a repensar a lógica das relações amorosas que estamos habituados.
Ao repensar essa lógica fui levado a um mundo paralelo, é bom ressaltar que não precisei de nenhum auxílio alucinógeno para isso, por um instante pude contemplar o mundo da pura existência (explicar esse mundo caberá a outra costura). Nesse mundo as existências conviviam, relacionavam-se e se amavam sem restrições, parecia uma grande união amorosa, e era isso mesmo, todos eram amantes. Ali a morte não existia, a morte era nascimento e o nascimento era a morte, mais uma coisa de louco, mas lá tem suas razões de ser assim. E, entender esse mundo é fundamental para entendermos as relações amorosas em nosso mundo.
O mundo que visitei é a eternidade. Assim, como todos os seres ali eram eternos, para que experimentassem a morte era necessário nascer humano e viverem todas as dores e alegrias da mortalidade. Então nascer para um ser eterno é morrer, e morrer é nascer, nascer para eternidade. Aqui está à grande resposta que buscamos e por hora isso basta.
Vamos avançar em nossa costura.
Diante dessa nossa origem, acredito que o amor deveria acontecer às avessas, só assim não teríamos tantos casais amantes se separando e sofrendo.
Somos frutos da eternidade e para ela um dia voltaremos. Quando vivemos na eternidade vivíamos em uma grande união amorosa. Sendo assim, ao nascermos, nascemos de uma separação, separação das relações que estabelecíamos na eternidade, e por que não dizer: divórcio. Para nascer nos divorciamos de nosso amor na eternidade. Nesta lógica, todos somos divorciados, eis o início da relação amorosa em nosso mundo.
O passo seguinte se dará no reencontro, no reencontro com nosso amor o passo a ser dado é o casamento. Antes de qualquer coisa, case-se. Não precisa saber nada do ser amado. Apenas que é necessário casar.
Casados virão às crises da descoberta do outro, brigas, partilhas, sexo e cumplicidade também, até o momento em que perceberão que é necessário noivar, aí as coisas começam a ficar mais tranquilas, ambos já se conhecem, os corpos se desejam ardentemente, a vida gira em torno da realização mútua e assim planejam juntos os tempos bons que virão.
Então noivos, sentirão a necessidade de namorar, e assim, se tornam namorados, não querem mais sair um de perto do outro, os desejos pessoais se confundem com os desejos do outro, não sabemos mais nada: "qual é meu desejo?, "qual é o desejo dela?". Nós nos desejamos, o sexo fica mais gostoso, o toque acalma, o cheiro inspira, o beijo nos tira do mundo e a presença nos completa.
Após esse passo entramos na etapa da paquera, onde começamos a valorizar as coisas mais simples e talvez as mais belas, andamos rindo a toa pelas ruas, aquele olhar de longe preenche a necessidade que temos do outro, os bilhetinhos, mensagens de e-mail ou celular nos fazem voar alto, o tchau e o sorriso dado ao longe nos satisfaz e nos enche dos mais belos sonhos. Assim terminaria a relação perfeita, “sonhando a vida e vivendo os sonhos”.
Uma dica: não peça ninguém em namoro. Quando encontrar a pessoa amada, diga: case-se comigo! Quero namorar você.
2 comentários:
Ai ai...
Prometo repensar o rumo das minhas relações,rs.
Agora se eu ficar louca, a culpa é sua!rsrs
Atenção: lhe aviso que se continuar a escrever essas lindezas todas, os pedidos de casamento superaram o nº normal,rs
Juizo!
Com amor
Carolina; Realmente escreve bem ,me poe a pensar,E aumenta a curisidade de ler e saber mais.
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