A quinta-feira é um dia livre, onde Pescador não está preso
a um estilo de postagem, mas é comum nos apresentar uma de suas costuras mais
elaboradas, talvez seja um dia para detalhar mais sobre os temas que nortearão
as postagens da semana.
Assim, vamos publicar hoje a segunda parte da Costura
publicada na segunda-feira.
Aleatoriedade (parte 2)
Costurar palavras..., meio
louco isso, mas acredito que a disposição de palavras de forma textual é um
processo de costura, costuramos as letras que formam as palavras e costuramos
as palavras que se tornam versos, textos, poesias... Por isso que eu acredito
que uma das mais belas artes é a de saber costurar palavras. É uma arte
minuciosa, detalhista e muitas vezes complexa. Muitas são as inspirações que
motivam cada costura: experiências diversas, sentimentos vividos, sonhados, esperados
ou mesmo rejeitados. Tudo, muitas vezes, desconhecido, oculto... a espera de
serem alinhavados, costurados. E o que torna cada costura uma verdadeira arte,
não é o saber explicar cada sentimento, como um conhecimento pronto e acabado.
E sim a incerteza do saber, a busca, o ato de tentar, o contínuo seguir em
frente. E, mais ainda, quando possibilita que cada ser, ao se deparar com
nossas costuras, nos ajude a compreender cada sentimento que habita em nós.
Alguém pode, triste, dizer. Então estou
fadado a não me conhecer completamente por não saber costurar palavras? Não,
não há quem não saiba costura costurar palavras, todos sabemos, todos temos
esse dom. Alguns, mais aprimorados que outros, mas todos o possui, alguns o
administram com maestria, outros estão ensaiando. Alguns, nem sabem disso.
Sobretudo, por haver, muitas formas de costurar palavras. Seus pensamentos
mesmo, ao degustar as palavras aqui costuradas, são uma das diversas formas de
exercitar seu dom.